Isso.
A última semana foi muito boa em ring, sessões de 4 mesas de NL200 onde pela primeira vez cheguei ao ponto onde sinto que consigo bater este limite "pretty well".
A banca atingiu o máximo até agora, foram sem a mínima dúvida os dias onde ganhei mais $ em ring desde que jogo, regra geral penso que todo o meu jogo nos últimos dias foi bastante bom.
Sinto já alguma curiosidade sobre o next level, NL400, mas penso que ainda não é a altura ideal para subir para esse limite, até porque tenho outros objectivos para os próximos dias/semanas.

Penso que conseguir consistentemente e constatemente jogar de forma adaptada ao nosso adversário é uma das chaves para o sucesso neste jogo, quaisquer que sejam as suas variantes ou modalidades.
Estar concentrado no jogo, analisando os movimentos do adversários, reunir informação constantes sobre eles, tirar notas, observar as mãos em que não participamos, é certamente +EV.

Estive a fazer uma pequena análise de algumas mãos interessantes que fui guardando desde que jogo neste limite e regra geral penso que consegui razoavelmente bem atingir o ponto no meu jogo onde estou a jogar à medida do meu adversário, utilizando a informação que tenho disponível sobre ele, quer estatísticas PT, quer notas que tiro.

Aqui estão algumas delas que ainda me lembro bem, bons exemplos que comprovam o quanto importante é conhecermos o nosso adversário, já que podemos alterar aqueles que seriam os movimentos standard contra jogadores sobre os quais não temos informação nenhuma para movimentos adaptados à informação que temos do jogador.

Exemplo 1
Mão contra jogador que sabe foldar e folda perante pressão em boards perigosas. Sei aqui que ele vai interpretar o check/call no flop e check/raise no turn como "He's got flop second pair and trips on the turn!". Em principio uma carta que completasse o flush funcionaria bem aqui também.

Exemplo 2
Outro jogador que sabe foldar e que sei que me dá crédito. Simulação de slowplay de J, Check/call flop adiando o Check/Raise para o turn.

Exemplo 3
Easy call contra jogador tagged como bluffer e com uma nota importante, onde sei que vai bluffar all the way se lhe der a liderança da mão e jogar de forma passiva, portanto second pair contra ele "is the obvious nuts!"

Exemplo 4
Mão contra jogador muito bom, grande percentagem de cbets, com o qual decidi "flutuar" no flop para atacar se turn ou river me proporcionassem essa oportunidade.
A aposta dele no turn mostrou-me que realmente tinha algo, overpair quase de certeza, ganhei outs "reais" com open ended staight draw e decidi ali que apenas fazendo call iria dar-me a oportunidade de, ou completar a minha mão com A ou 6... outs "reais" à partida, ou representar os draws que batessem no river de straight ou flush, nomeadamente todos os Ouros, todos os J (representação de 910) ou todos os 4 (representação de 56).
J de Ouros no river carta perfeita, ele faz uma blocking bet mas não tenho dúvidas ali que me vai dar crédito pelo flush (ou straight em segundo caso) e vai foldar a mão, tenho aqui uma fold equity muito grande. Mais uma vez repito, contra um muito bom jogador neste limite e perante o qual sei que tenho uma muito boa imagem.
Esta é uma das minhas mãos preferidas por isso mesmo, porque é absurda se for jogada assim no "caso genérico" onde não temos informação nenhuma sobre o adversário, mas que para mim se tornou tão óbvia, tão bem que conhecia este jogador e que é a prova "física" da importância de jogarmos à medida do adversário, once again.... player oriented!

Exemplo 5
Lembro-me perfeitamente das notas que tenho deste jogador que são do género: "NL200 - Only reraises pre with premium and goes all the way with it.".
Desta forma decidi aplicar (algo que faço muito poucas vezes nomeadamente sem posição) algo que li em 2 artigos de dois diferentes jogadores onde revelam que, com mãos especulativas, por vezes gostam de jogar contra jogadores quando sentem que eles tem big pairs tipo AA ou KK... basicamente e tal como a nota que tenho deste jogador diz, são mãos que os jogadores tendem a ter mais dificuldade em largar e caso consigamos bater forte num flop com 2 pair, set ou straight flush draw por exemplo temos grandes probabilidades de os stackar.
Desta forma decidi fazer call ao reraise pre dele com 910s sabendo que iria largar a mão em qualquer flop onde não batesse forte ou pelo contrário ganhar um grande pote se conseguisse umas das combinações fortes que falei.
E assim foi, two pair no flop e vi logo que tinha grande possibilidade de ganhar um grande pote ali.
O huge shove logo no flop ao contrário de um raise mais pequeno tem uma única razão: Eu sei que ele tem premium pair AA ou KK e vai pagar aqui.
Caso contrário se decidisse adiar o push para o turn e este me traz um J, Q ou 6 posso já não conseguir toda a stack dele, por muito que seja um jogador que lhe custa foldar, numa board com 4 cartas para straight já considero possível ele foldar.



Todas estas mãos não seriam jogadas desta forma caso não estivesse atento e conhecesse os adversários, basicamente são player-oriented.

É deveras importante.

Penso que há uns meses atrás alternava entre 5/6 dias em que jogo com este nível de concentração e disciplina, que torna possível este tipo de jogadas "player oriented" com 2/3 dias onde jogo de forma mais relaxada e descontraida (no mau sentido das palavras), menos concentrado e disciplinado.
É como se existesse o oversleep A e o oversleep B ( o anjo e o diabo???:) )

Felizmente tenho lutado contra isso e penso que nos últimos tempos o "oversleep B" já aparece muito menos frequentemente, passou dos 2/3 dias em 9 para 1 dia em 11/12.

Desta forma para os próximos tempos é este um dos objectivos a atingir:

. Eliminar o oversleep B e obrigar sempre a que a cadeira na mesa seja sempre ocupada pelo oversleep A ( oversleep B sucks, oversleep A is the fkn overownage :) ).